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O mais recente filme de Rithy Panh escuta um conjunto de jovens mulheres que vivem juntas na mesma casa, no centro de Phnom Penh.
Todas elas têm de entregar à dona da casa o dinheiro que fazem ao venderem-se à noite aos homens que as procuram. Para o realizador cambodjano, o sinal mais evidente da falência social de um país devastado por décadas de guerra é o modo como são explorados económica e politicamente os corpos daqueles que não têm nada: os soldados mortos deixaram sozinhas crianças que se entregaram a trabalhos mal pagos ou à prostituição. "Le Papier ne Peut pas Envelopper la Braise" põe-nos em contacto com pessoas e não com personagens, contrariando através do cinema a objectificação dos seus corpos e permitindo que a sua própria voz reinvindique uma humanidade e uma individualidade que lhes é negada todos os dias.
O PAPEL NÃO PODE EMBRULHAR A BRASA (LE PAPIER NE PEUT PAS ENVELOPPER LA BRAISE), de Rithy Panh, França, 2006, 86'
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